Imagine que a sua empresa é uma casa. Antigamente, bastava fechar a porta à chave e confiar que quem estava dentro era de confiança. Hoje, com tantas janelas digitais, entregas pela porta traseira e visitas inesperadas, essa confiança cega já não é suficiente. É aqui que entra o modelo Zero Trust, que, traduzido à letra, significa "Confiança Zero". Parece radical? Talvez. Mas é precisamente esta abordagem que pode salvar as pequenas e médias empresas de grandes dores de cabeça.
O que é o modelo Zero Trust?
Zero Trust não é uma ferramenta ou software, mas sim uma filosofia de segurança digital. Parte do princípio de que nenhum utilizador, dispositivo ou aplicação deve ser automaticamente confiado, mesmo que esteja dentro da rede da empresa. Cada pedido de acesso deve ser verificado, autenticado e validado — como se fosse a primeira vez.
É como se cada colaborador, ao entrar na empresa todos os dias, tivesse de apresentar o bilhete de identidade e justificar o motivo da visita. Pode parecer burocrático, mas num mundo onde os ataques informáticos são cada vez mais sofisticados, esta é uma camada essencial de proteção.
Mas isso é para grandes empresas, certo?
Errado.
É um erro comum pensar que o modelo Zero Trust é exclusivo das grandes multinacionais com equipas de IT robustas e orçamentos milionários. A verdade é que as PMEs são alvos preferenciais dos cibercriminosos, precisamente por acreditarem que estão "fora do radar".
Adotar Zero Trust não significa implementar uma arquitetura tecnológica complexa, mas sim mudar a forma como a empresa encara a cibersegurança. Tal como uma pequena loja de bairro pode ter um sistema de alarme eficaz, uma PME pode (e deve) adotar medidas de confiança zero — adaptadas à sua realidade.
Como aplicar o Zero Trust numa PME?
Vamos dividir isto em passos práticos e realistas, focando nas pequenas equipas e na gestão de acessos externos — como colaboradores remotos, freelancers, fornecedores ou parceiros.
Não se pode proteger o que não se conhece. Faça um inventário dos dispositivos, contas, sistemas e utilizadores com acesso à rede. Pense nisto como criar um mapa da sua casa — portas, janelas e quem tem chave.
É das medidas mais simples e eficazes. Mesmo que um atacante tenha a palavra-passe, será barrado por uma segunda camada de autenticação. É como ter uma porta com duas fechaduras: uma normal e outra digital, que muda todos os dias.
Cada utilizador deve ter acesso apenas ao que precisa para desempenhar a sua função. O contabilista não precisa de aceder ao sistema de gestão de stocks, tal como o estafeta não deve conseguir editar contratos. Isto reduz os pontos vulneráveis e dificulta movimentações maliciosas dentro da rede.
Não basta confiar que "está tudo bem". Tal como uma câmara de vigilância não impede um assalto, mas permite identificá-lo rapidamente, a monitorização contínua de acessos e comportamentos suspeitos é essencial. A automatização, aqui, é uma grande aliada.
Um bom sistema técnico pode ser rapidamente comprometido por um erro humano. Formação contínua em cibersegurança é vital. Não precisa ser aborrecida — use exemplos práticos, simulações de phishing e comunicações visuais. A segurança começa na consciência.
Aqui está o calcanhar de Aquiles de muitas PMEs. Fornecedores, freelancers, parceiros externos — todos querem acesso a partes do sistema. Utilize ferramentas que criem acessos temporários, monitorizados e revogáveis automaticamente. Pense nisto como dar uma chave digital que expira no fim do dia.
A inovação da simplicidade
Adotar um modelo Zero Trust não significa complicar — significa simplificar com segurança. Significa tornar claro quem tem acesso ao quê, quando, como e porquê. E isso é algo que qualquer empresa, independentemente do tamanho, pode e deve fazer.
Na prática, o Zero Trust não é desconfiar de tudo — é confiar com critério. Tal como numa boa gestão de negócios, trata-se de definir regras claras, proteger os ativos e criar uma cultura de responsabilidade partilhada.
Conclusão: Zero Trust é possível — e essencial
Numa era onde os dados são o novo ouro, proteger o seu negócio com uma mentalidade de Zero Trust deixa de ser uma opção e passa a ser uma necessidade estratégica. E sim, é absolutamente possível, viável e recomendável em PMEs.
Se a sua empresa está a dar os primeiros passos na cibersegurança ou procura fortalecer a sua política de acessos externos, comece hoje, fale connosco através do info@quantinfor.com.
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